quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vida com qualidade
Essa semana foi divulgado o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, referente aos dados de 2006, e a cidade de Salto caiu da 86ª para a 159ª posição no ranking nacional. O principal item que fez a cidade cair foi a Educação, que diminuiu 9,1% em relação ao ano de 2005, seguido de Saúde, com uma perda de 0,3%. O único item que cresceu no ano analisado foi Emprego e renda, com 1,4% a mais em 2006.
A queda do índice de Salto pode ser vista pela forma de avaliação que é aplicada na rede municipal de ensino. Atualmente para medir o conhecimento do aluno o professor da rede municipal não se apega às notas, ele se baseia em um relatório no qual diz se o aluno está apto ou não. Convenhamos que a progressão continuada tem sido de certa forma prejudicial na formação dos alunos. Ela nivela os estudantes, sem ao mínimo saber se eles têm o domínio ou não do conteúdo aplicado em sala de aula.
Como reflexo dessa precariedade no ensino, temos uma sociedade que se marginaliza, uma vez que a educação não cumpre seu papel. Os problemas socioeconômicos aos quais estão inseridos também se refletem no nosso sistema de saúde.
O péssimo atendimento no Hospital Municipal e nos Postos de Saúde demonstra a falta de investimentos na área. Prova disso é que a Câmara dos Vereadores de Salto precisou formar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar as irregularidades no atendimento do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) em nossa cidade.
Nessa semana, os vereadores falaram da necessidade do Executivo investir nas questões sociais em Salto. A falta de projetos sociais contribui para a precariedade da perspectiva e qualidade de vida das pessoas que moram nas periferias, e não tem acesso a educação, cultura e saúde de qualidade.
Para se ter uma idéia da dimensão que essa defasagem representa para o município, citamos como exemplo a falta de uma estrutura que possa abrigar crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos. Essas crianças são enviadas para outro município, pois aqui não há atendimento para elas. Sabemos que a Casa de Belém, que cuida de crianças de 0 a 12 anos, tem capacidade máxima de atendimento para 16 menores, o que para uma cidade como Salto, é um valor ínfimo, principalmente porque muitas vezes o Conselho Tutelar é obrigado a separá-las de suas famílias, devido à violência a que são submetidas.
A cidade ainda não conta com um albergue e nem um centro de triagem munido de assistente social, psicólogas e profissionais capacitados que possam orientar famílias que convivem com os problemas da droga e do álcool.
Todos esses fatores aliados à falta de emprego, já que o crescimento nesse setor em Salto foi menor do que a média estadual, demonstra a necessidade de investimentos para que a qualidade de vida volte a patamares no mínimo mais dignos de sobrevivência.

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